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Movimento Armorial
O que é?
O Movimento armorial foi lançado em 1970 sob a liderança de Ariano Suassuna, envolvendo artistas plásticos, músicos, escritores e poetas, todos unidos num projeto cultural que desde o início foi assim sintetizado por seu idealizador:
"A Arte Armorial Brasileira é aquela que tem como traço comum principal a ligação com o espírito mágico dos "folhetos" do Romanceiro Popular do Nordeste(Literatura de Cordel), com a música de viola, rabeca ou pífano que acompanha seus cantares, e assim como com o espírito e com a xilogravura que ilustra suas capas, asssim como com o espírito e a forma das artes e espetáculos populares com esse mesmo romanceiro relacionados".
Assim, o folheto de cordel é a ideia inicial a partir da qual a armorialistas se inspiram para criar literatura, musica, artes plásticas e artes cênicas.
Por que Armorial?
O Termo Armorial indica, em sua origem, as coletâneas de brasões ou escudos das famílias nobres; é portanto um substântivo. Seu uso como adjetivo, para qualificar um tipo de arte específico, foi assim justificado por Ariano Suassuna: "Este termo é ligado aos esmaltes da Heráldica, limpos, pintados sobre metal ou, por outro lado, esculpidos em pedra, com animais fabulosos, cercados por folhagens, sóis, luas e estrelas. Foi assim que, meio sério, meio brincando, comecei a dizer que tal poema ou tal estandarte de cavalhada era "armorial", isto é, brilhava em esmaltes puros, festivos, nítidos, metálicos e coloridos, como uma bandeira, um brasão ou um toque de clarim. (...) a unidade nacional brasileira vem do povo, e a Heráldica popular brasileira está presente, nele, desde os ferros de marcar bois, e os autos de Guerreiros do Sertão, até as bandeiras de cavalhadas e as cores azuis e vermelhas dos Pastoris da Zona da Mata. Desde os estandartes de Maracatus e caboclinhos até as Escolas de Samba as camisas e as bandeiras dos Clubes de futebol do Recife ou do Rio".
O período mais militante do Movimento Armorial ocorreu, na década de 1970, quando foi dada a partida para as carreias de artistas, principalmente na música e nas artes plásticas, que ainda hoje tem uma forte presença na arte brasileira, como é o caso de Antônio de Nóbrega, Antônio José Madureira, Marcos Accioly, Gilvan Samico e muitos outros.
Hoje, mais de trinta anos passados, pode-se dizer que o Movemento Armorial continua existindo nas carreiras indivíduais de seus integrantes, na música, na literatura, nas artes plásticas, além da enorme influência que produziu, dando origem ao surgimento de novos grupos como Quinteto da Paraíba, Grupo Gesta, Sagrama e outros.
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